quinta-feira, 31 de julho de 2014

Quando Uma Música Vira Mais Que Uma Música

Pensei mil vezes antes de participar desta blogagem coletiva do #Rotaroots, falando sobre a primeira vez que ouvi minha banda preferida. Adorei o tema, mas não estava conseguindo escolher uma banda só. Não tenho uma preferida, porque ouço muita coisa e a maioria das coisas que ouço, eu nem lembro mesmo como conheci.
Basicamente minhas histórias de amor começaram vendo algum vídeo na MTV ou ouvindo alguma música nas rádios que eu ouvia no fim dos anos 90/começo dos anos 2000.
Naquela época, sem internet, era mais complicado saber mais a respeito das bandas e a solução era ler muitas revistas sobre música e ficar com uma fita sempre no ponto pra apertar o Rec no vídeo e gravar qualquer coisa que surgisse de repente na TV. Era uma corrida maluca que eu disputava sozinha na modalidade levantar-correndo-do-sofá-me-jogar-na-frente-do-vídeo-apertar-rec, tudo em questão de 2 segundos, no máximo.
Foi assim que eu consegui gravar o clipe de Cochise, do Audioslave, em uma das primeiras vezes que ele passou na MTV.
Um dos clipes mais lindos! Esse efeito dos fogos, o abraço entre eles... tudo muito lindo!
(gif retirado daqui)
Audioslave é uma das bandas que eu mais gosto e Like a Stone, que foi lançada depois de Cochise, foi a música deles que eu mais ouvi. Não lembro exatamente como eu fiquei sabendo da união entre o Chris Cornell e o pessoal do RATM, só sei que me empolguei demais e virei fã no mesmo minuto, esperando ansiosa pelo lançamento do CD e dos clipes.
Apenas um amigo meu dividiu comigo e na mesma intensidade a paixão por eles. E foi com esse amigo que Like a Stone ganhou um significado novo pra mim e, a partir dela, consegui forças para encarar sorrindo um período complicado da minha vida, no fim da adolescência, quando mudei de cidade e me vi completamente sozinha de amigos, com mil coisas na cabeça e bilhões de sentimentos confusos no coração.
Um dia, acho que já falei a respeito aqui, esse meu amigo colocou Like a Stone pra ouvirmos ("só porque você gosta", ele disse) e pediu que eu não fosse embora para tão longe, me ofereceu abrigo e ajuda para achar emprego, na esperança que isso fizesse eu me rebelar e fugir da mudança que minha família estava prestes a fazer. Óbvio que não pude aceitar, óbvio que sofri por meses com a lembrança dessa cena e ouvi Like a Stone milhares de vezes enquanto pensava naquilo tudo.
Superei essa fase, superei esse amor (ou vai me dizer que não tinha dado pra entender que rolava um amor unilateral nessa amizade?), mas essa música ainda significa demais pra mim e pensando em histórias para contar sobre a primeira vez que ouvi tal banda ou tal música, não me veio nada mais marcante na cabeça, a não ser essa história. Não foi a primeira vez que ouvi, mas foi quando ela começou a significar algo mais forte pra mim.
Hoje já não ouço mais com tanta frequência, mas sempre que ela entra por acaso numa sequência de músicas aleatórias, não posso negar, o frio na barriga e a lembrança de tudo o que vivi naquela época voltam por alguns segundos e sorrio por dentro.

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O tema deste post foi proposto lá no Rotaroots, o grupo de blogueiros que está promovendo muitos agitos nas tardes desta galerinha alto astral da blogsfera. Interessou? Quer brincar também? Curta a página, peça acesso ao grupo e conheça os outros blogs participantes. Garanto que é super legal!


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Trilha Sonora: Cochise fica tocando mentalmente na minha cabeça sempre que falo dela. Ainda bem que a voz do Chris Cornell é deliciosa.

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