sexta-feira, 21 de março de 2014

Vamos Nos Mudar

Minha família já mudou de casa inúmeras vezes desde que eu nasci. Mudamos de rua dentro do mesmo bairro, mudamos de bairro dentro da mesma cidade e mudamos de cidade dentro do mesmo estado. Só nunca saímos de SP, embora estejamos atualmente tão perto do PR que muita coisa compensa mais ir fazer lá do que em algumas cidades de SP (estudar e trabalhar, por exemplo, indo e voltando todos os dias).
Então, como eu dizia, com tantas mudanças de casa, eu acabei perdendo amigos e um namorado pelo caminho e, inevitavelmente, eu mudei muito por dentro. Acontece que, no momento das mudanças, entre caixas e móveis desmontados, o meu medo era somente pensar por poucos minutos se fulano de tal continuaria meu amigo mesmo eu morando em outro lugar. Mas nada que me impedisse de ir (até porque, antes de trabalhar e pagar minhas contas eu não tinha muita escolha) e mudar por dentro.
Sou uma pessoa desapegada. Quando eu me mudava, pensava sempre "estarei longe, mas podemos trocar cartas, nos visitar" ao invés de "minha vida vai acabar, vai dar tudo errado, nunca mais vamos nos falar, não vou fazer amigos novos, vou me isolar e viver sozinha pra seeeeeempre". E isso tudo porque eu sou desapegada. Ou fiquei assim com o tempo.
Assim eu passei por (pausa pra contar... pegando a calculadora...) 17 mudanças ao longo dos meus 27 anos e em todas elas eu acabei me saindo bem e me adaptando em poucos meses. Fiz amigos, arrumei emprego, namorei, estudei, me diverti, senti saudade e sobrevivi.
O que eu quero dizer com isso tudo?
Quero dizer que, em qualquer momento da vida, é normal bater a vontade ou a necessidade de mudar de vida, trocar de emprego, fazer novos amigos, mudar de casa ou só mudar o sofá de lugar. E tudo isso, se for realmente necessário, vai fazer bem e vai dar certo de alguma forma porque quando você sente que precisa mudar, é que algo não está indo bem e se já está ruim, só pode melhorar (quanto otimismo! Nem sei se acredito nisso que eu disse).


Imagem do We Heart It

Minha intenção no começo do post era falar sobre outras coisas que andei mudando em mim, coisas que fiz e são bem bobas, mas me orgulham muito porque têm me feito bem. Mas dai descambei pra um post encorajador sobre mudanças (mais um solto na internet) e já que estamos aqui, vou me meter na vida do caro leitor (ainda estão aí, leitores amigos?): se você acha que algo não está bom, mude. Ninguém merece viver infeliz com a própria existência e ninguém precisa fazer de sua vida uma prova de resistência. Emprego a gente acha outros, casa a gente aluga ou compra nova, relacionamento a gente termina e procura outro. Ou nada disso. Vire franciscano e viva esmolando e ajudando os pobres, monte uma barraca no quintal e vá morar nela, aceite o celibato como opção e deixe de depender do outro pra ser feliz.
Sabe, são tantas possibilidades no mundo, tanta gente, tanta coisa, tantos lugares a ir que não é possível que você não se encontre em nada. Você que não deve estar procurando direito ou está procurando nos mesmos lugares errados de sempre.
Se nada sair como o planejado, já valeu a tentativa, já houve uma mudança. Aí, nesse caso, volte recolhendo os cacos e recomece de onde partiu ou só volte e fique onde estava. E aí você já terá mudado duas vezes. Voltar atrás é melhor do que não mudar. Voltar atrás significa que você mudou e desmudou. Duas mudanças são melhores do que nenhuma e isso é mais do que muita gente consegue fazer numa vida toda.
Sério.
Mude de vida. E siga mudando até achar que ficou bom.
Se você conseguir se desapegar das coisas e pessoas, garanto, será melhor ainda.
O que é verdadeiro não costuma cair dos caminhões de mudanças. Nem com 17 caminhões.
;)

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Trilha Sonora: Não tem, mas prometo pensar em uma pra tema do post e colocar aqui depois.