quinta-feira, 14 de novembro de 2013

(in)Decisões

De vez em quando a gente toma certas decisões pensando que vai ser fácil bancar as consequências depois.
Quase nunca é fácil.
A dificuldade para aguentar as consequências das suas decisões é proporcional à dificuldade que você teve para chegar na tal decisão.
Quem vê de fora e quem raramente pergunta, pensa que está tudo ótimo como está, que sou uma pessoa muito bem resolvida e que não volto atrás nunca.
Quem vê meu lado de dentro, quem me conhece sem precisar perguntar nada, sabe. Quando ele me olha, ele sabe que não é tudo tão bom quanto pensam. Quando conversamos sobre o futuro, ele sabe que ainda há espaço pra ele, mesmo que eu nem sempre admita.
Quando estamos juntos, nós três como uma família, vejo que tudo valeu a pena e que é ali, exatamente onde eu estiver, desde que com eles, que eu realmente quero estar. Sinto, por outro lado, que quando não estamos juntos, quando ele não está com a gente, que estou deixando passar momentos que nunca poderemos recuperar e que um dia ela talvez me cobre isso. Essa será a consequência mais dolorosa que vou carregar pelas minhas decisões.
Enquanto há tempo, enquanto não há cobranças dela sobre nossa separação, sobre o que eu sinto e não posso esconder de ninguém, decidi que vou apenas me dedicar a organizar minha vida, preparar um futuro seguro e digno e aí, quando pudermos, antes que ela tome consciência da nossa situação e as perguntas comecem, a gente senta e conversa. Se ainda houver o mesmo desejo dos dois lados, voltamos a ser uma família de segunda a domingo. Mesmo que não seja de forma tradicional, um endereço só, coisa e tal.
No fim das contas, se der certo, terei voltado ao meu desejo inicial de casamento dos sonhos: cada um no seu canto, o amor no meio.
E espero que essa decisão tenha consequências mais simples.

***
Trilha Sonora:Ventilador é a trilha sonora do verão.

Nenhum comentário: