terça-feira, 16 de julho de 2013

Não! Não Mesmo!

Semanas atrás alguém postou no Facebook uma imagenzinha dizendo que quem ama fica, perdoa, cuida, compreende, morre de ciúmes, morre de saudade, esquece o orgulho. Eu li, parei, pensei e falei pra mim mesma: NÃO! NÃO MESMO!
Com tudo o que vivi recentemente, antigamente (quem vê pensa que vivo relacionamentos amorosos desde 1943) e o que já presenciei de relacionamentos de terceiros (porque, sim, eu creio que a gente também aprende uma coisa ou outra observando o relacionamento dos outros e ouvindo casos de amigos), eu só posso discordar disso.
Eu sei, é só uma frase idiota de Facebook, criada por alguém em busca de likes e compartilhamentos e vai ver quem criou e postou a tal frase nem pensa mesmo isso... mas me irritou! Me irritou muito porque não consigo pensar que por aí tem gente julgando o que eu sinto e o que eu fiz com esse tipo de argumento "terminou o relacionamento de tanto tempo porque não ama de verdade. Se amasse, perdoava, esquecia o orgulho, blá blá blá".
Ninguém tem nada a ver com a minha vida, com as minhas decisões, mas não nego que me incomoda saber o que certas pessoas podem pensar e falar a meu respeito. O julgamento alheio me atinge, sim. Não muda o rumo das minhas escolhas, continuo fazendo o que eu pretendia fazer e quebrando a cara quando pego o caminho errado, mas me incomoda e muito saber que as pessoas pensam isso ou aquilo de mim quando o "isso e aquilo" não é verdade.
Quem ama de verdade pensa antes de agir e quando age sem pensar corre pra se explicar e pedir desculpas, quem ama de verdade não suporta a saudade e dá um jeito de acabar com ela antes que ela acabe com você, quem ama de verdade cuida primeiro de si para poder estar bem e conseguir cuidar do outro, quem ama de verdade fica ao lado do outro enquanto o outro dá espaço pra isso e quando não há mais espaço recolhe suas coisas e se afasta para ficar cuidando de longe, sem interferir. Quem ama de verdade esquece o orgulho na hora de pedir perdão por um erro, mas não deve esquecer o amor próprio na hora de não se deixar influenciar pelo amor que quer ser merecedor. Quem ama de verdade perdoa um erro, desculpa um desaforo, mas não tem que ser idiota de ficar a vida toda perdoando coisas que o magoam e que ficam se repetindo de tempos em tempos.
Quem ama de verdade, tem que saber se amar antes de amar o outro. Quem ama de verdade tem que saber se respeitar para respeitar e exigir respeito em troca.
É fácil exigir coisas absurdas como prova de amor e na prática não fazer nada do que exige.
Mais fácil ainda é postar e curtir coisas no Facebook, pra se dizer romântico, mas na "vida offline" sair magoando pessoas sem pensar nos estragos.

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E qualquer um pode discordar de tudo isso, porque essa é a MINHA forma de ver o amor.

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Trilha Sonora: Epílogos e Finais - Agridoce. "Não é questão de sorte É jogo vencido"

quinta-feira, 11 de julho de 2013

 Trocando em Miúdos
(Chico Buarque e Francis Hime) 

Eu vou lhe deixar a medida do Bonfim
Não me valeu
Mas fico com o disco do Pixinguinha, sim!
O resto é seu
Trocando em miúdos, pode guardar
As sobras de tudo que chamam lar
As sombras de tudo que fomos nós
As marcas de amor nos nossos lençóis
As nossas melhores lembranças
Aquela esperança de tudo se ajeitar
Pode esquecer
Aquela aliança, você pode empenhar
Ou derreter
Mas devo dizer que não vou lhe dar
O enorme prazer de me ver chorar
Nem vou lhe cobrar pelo seu estrago
Meu peito tão dilacerado
Aliás
Aceite uma ajuda do seu futuro amor
Pro aluguel
Devolva o Neruda que você me tomou
E nunca leu
Eu bato o portão sem fazer alarde
Eu levo a carteira de identidade
Uma saideira, muita saudade
E a leve impressão de que já vou tarde.

Todo carnaval tem seu fim

Foram tantos começos e pausas e recomeços e promessas de agora vai dar certo, que parei de contabilizar faz tempo.
Dessa vez parece que foi e não volta.
Justamente por todos os começos e pausas e recomeços e promessas, aquele encanto inicial e essencial foi se perdendo, aquele prazer até na saudade foi deixando de fazer sentido, os planos começaram a parecer brincadeira infantil.
Não posso dizer que tudo foi em vão, porque não foi. A maior recompensa por tudo veio em forma de uma nova vida, que é agora a razão da minha vida inteira, presente, passado e futuro. Por isso eu agradeço, por isso não sofro tanto, por ela eu sigo em frente.
Pelo resto todo, as mágoas, as ilusões, o tempo... as mentiras e os desaforos até, por que não? Me ensinaram a crescer, me mostraram do que sou capaz, me fizeram ver que tenho defeitos e tenho qualidades que eu não sabia, que ninguém tinha sido capaz de me mostrar. Por tudo isso eu agradeço também, mas tento passar por cima e esquecer, porque eu aprendi daquele jeito mais dolorido, sofrendo, querendo fugir de tudo, querendo sumir, mas agora que a lição ficou, as feridas eu não preciso mais guardar em mim.
Não nego o amor que ainda existe, não nego a saudade dos bons momentos, não rejeito a vontade de um convívio em harmonia, com respeito e carinho. Mas o resto todo, pra mim, não dá mais certo.
Foi e não volta.

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Trilha Sonora: Não tem, mas poderia ser Trocando em Miúdos - Chico Buarque. É toda tão linda que não posso me contentar com um versinho só no fim do post.