terça-feira, 23 de novembro de 2010

Sobre saltos e escolhas

Quando eu era uma moça de baladas, eu costumava me arrumar lindamente e, em dias de mais inspiração, gostava de encarar um salto alto porque, né? 1,49m em certas situações não combinam muito com o resto da produção.
Aí eu dançava, dançava, dançava. Até quase amanhecer. Muitas vezes até realmente amanhecer. Eu e mais um monte de outras meninas que estavam de salto. Acontece que a maioria delas "arriava" no meio da noite, abria mão do salto e terminava a festa descalça mesmo, com os sapatos escondidos no cantinho da parede.
Eu nunca fiz isso. Se na hora de me arrumar eu resolvia que aquela era uma noite para salto alto, mesmo sabendo da dormência nos dedos dos pés que apareceriam no dia seguinte, eu colocava o salto e só tirava na hora de desmontar o mulherão.
Só que não é de salto alto que eu quero falar. É de desistir no meio do caminho, mesmo sabendo o que de bom pode acontecer se você não desistir. É de não desistir, porque você sabe que a insistência vai valer a pena mesmo que ela traga um pouco de dor e dormência nos dedos dos pés.
Eu fiz escolhas que quase me custaram pessoas valiosas. Eu senti a dor dos dedos dormentes, mas quis levar adiante a escolha de viver um pouco mais no alto.
Eu fiz valer a pena a dor nos pés, eu encontrei outras pessoas que optaram por usar os mesmos sapatos doloridos em nome de desejos que significavam muito pra nós e só pra nós. Quem estava de fora não entenderia, por mais que tentássemos explicar o que significava. Essas pessoas me mostraram que não doía só nos meus pés. Não era um capricho meu, não era uma coisa absurda escolher a dor em troca de um tempo nas alturas. Fazia todo o sentido dentro do contexto da minha vida.
Mas aí amanhece e é hora de voltar pra casa.
Ainda tem aquela vontade que não quer sumir, te dizendo para ficar mais um pouco de salto, "você fica tão bem assim". Aquela intuição de que, se descer do salto, aí é que vai doer de verdade, afinal... aperta, mas com o tempo você acostuma e quase nem sente mais nada.
Tem também aquela coisa engraçada que minha mãe me disse uma vez sobre trabalhar de sapato apertado "doía demais, mas eu gostava. Porque o gostoso era o alívio de ficar descalça quando chegava em casa".
E juntando todos os detalhes, entendi que não estou desistindo do salto alto. Só está amanhecendo e daqui a pouco é hora de chegar em casa, tirar os sapatos e sentir o alívio que me diz "bem vinda de volta ao seu lugar".


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Trilha Sonora: Eu poderia, mas não quero agora.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Melhor que a original - Parte 2

Eu disse que essa lista não ficaria só naquele primeiro post.
Então, aproveitem a parte 2 das músicas que, regravadas, ficaram muito melhores que as originais:

Hole - Hungry Like a Wolf
Essa música foi gravada pelo Hole no MTV Unplugged, mas a original é do Duran Duran e eu nem conhecia até ouvir a versão na voz da Courtney Love. Nem gosto muito de Duran Duran, então é óbvio que prefiro a regravação. Apesar de ser uma música meio chiclete, recomendo.
Para quem gosta dessa música e quer ver mais uma regravação, tem uma que acabei de descobrir no YouTube, feita pelo Incubus (adoro!). Sinceramente, não gostei muito dessa versão por causa da introdução que achei muito longa e eu não tenho paciência para música com mais de um minuto de introdução. Tirando esse detalhe, achei que ficou até parecida com a original, só que mais rapidinha. Logo, continuo com a versão do Hole.

Cake - I Will Survive
Clássica de qualquer baladinha, essa música é sucesso há anos. Nem sei quantos. A letra é boa, o ritmo é bom, tudo combina e a original com a Gloria Gaynor é ótima, mas essa regravação que o Cake fez ficou muito super ótima. Dica da Natasha.

Alanis - Crazy
Outra dica da Natasha.
Não estava me lembrando dessa versão da música do Seal. É outro caso que a original é boa e tal, mas a regravação é muito mais legal. Alanis é musa, gente! E o clipe? Já viram? Vejam.

Raimundos - 20 e Poucos Anos
Essa música tocava na abertura do primeiro reality show produzindo no Brasil, o 20 e Poucos Anos, que passou na MTV quando o canal completou 10 anos no Brasil. O programa era bem legal, mas o que marcou mesmo foi essa versão que o Raimundos (na época ainda uma grande banda de rock) fez da música do Fábio Jr. 
Já até contei aqui no blog, há muitas luas, que eu era fã do Fábio Jr. quando era criança e, até hoje, ainda canto junto algumas músicas dele. Essa, 20 e Poucos Anos eu não conhecia na época. Soube que era dele quando minha mãe começou a cantar junto enquanto eu ouvia a versão Raimunda e, me assustei "Mãe?! Você conhece?" e ela "Essa música é muito velha. Mas é regravação isso aí. A original é do Fábio Jr." e daí eu fui ouvir a original para saber se o meu ídolo de infância superava minha veia rock'n'roll de menina de 12 anos. Não superou. Fábio, querido, desculpa! Você mora no meu coração, mas Raimundos ganhou.

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So Sad, sei que muita gente sentiu o pâncreas doer com o Eddie Vedder superando Beatles na minha lista, mas é que... confesso... não sou muito fã deles. Tirando algumas músicas que eu gosto mesmo com eles, a maioria das outras que ouço e gosto são regravações. Aliás, com as músicas do Roberto Carlos acontece o mesmo. Pronto. Depois dessa comparação perdi 200 seguidores. E eu só tenho 103.
Mas continuem opinando, criticando e sugerindo, que aqui no blog eu sou ditadora, mas sou legal.

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Trilha Sonora: Crazy, na versão da Alanis.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Amor

Imagem que achei perdida pela isternete. 

Porque amor, pra mim, é aquele que resiste às dificuldades do dia a dia, um dia de cada vez, até que um dia vocês percebem que ele resistiu, intacto, ao tempo.

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Trilha Sonora: Silêncio da casa.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A trilha sonora para o pé na bunda

Pé na bunda acontece com todo mundo. Quem nunca levou, um dia levará. Quem nunca deu, um dia dará. É como o chifre.
E disso eu enteno.
Como já levei mais do que dei pé na bunda, posso garantir que parte fundamental do pós-pé na bunda é a trilha sonora. Sim, porque chorar, sofrer e rogar pragas no filho da puta que te deixou é muito mais digno se você estiver ouvindo música de dor de amor.
Então, vou listar as clássicas da minha vida (que eu espero nunca mais precisar ouvir dentro desse contexto) e algumas que eu ainda não usei, mas poderia se tivessem sido gravadas alguns anos antes:

Someday We'll Know - New Radicals
Foi trilha do primeiro pé na bunda da minha vida e já até falei dela aqui no blog. Uma música que fala no refrão "um dia saberemos por que eu não fui importante pra você" tem que constar em qualquer momento de pé na bunda.

Amanhã - Columbia
Essa música já apareceu aqui no blog quando descobri a banda. Além dessa, eles têm outras igualmente lindas. Mas essa está aqui porque tem cara de pé na bunda mesmo.

Desculpas - Columbia
Lembrei dessa que também tem super cara de pé na bunda.

You Oughta Know - Alanis
Essa foi uma das trilhas do meu primeiro pé na bunda. Mas essa é para quando começa aquela fase de chamar o ex de filho da puta e começar a desejar que, depois de você, ele só encontre namoradas vadias que encham a cabeça dele de galhos. É para a fase de "você não me merecia mesmo".

Moscas En La Casa - Shakira
Adoro a Shakira (na fase latina, de preferência, porque essa Shakira que canta em inglês não me agrada tanto) e essa música também serve muito para essa lista.

E vocês, alguma sugestão de música para pé na bunda? Deixem nos comentários e aproveitem a trilha sonora, mesmo que não tenham levado um chute no traseiro.



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Trilha Sonora: Inevitable - Shakira. Deu vontade de ouvir mais.