terça-feira, 16 de junho de 2009

Agora, que não precisa mais?!

Olha, se eu tivesse desenvolvido aos 4 anos de idade a técnica de chorar sem deixar escorrer lágrimas e muito menos fazer barulhos, eu teria evitado muitos daqueles "engole o choro, menina!" que meu pai adorava dizer quando eu ameaçava abrir o berreiro por alguma bobeirinha.
Pena eu só ter desenvolvido a tal técnica agora, há uns 15 minutos atrás, já com 23 anos nas costas e o mesmo problema de ainda chorar por qualquer bobeirinha.
Pelo menos agora eu posso chorar sem perder minha fama de dama elegante má.
E se fosse o tipo de coisa que se pode vender, já teria até um texto para o futuro comercial que nunca existirá:
"É incrível! Chore e converse ao mesmo tempo, sem voz trêmula, sem lágrimas borrando a maquiagem, sem olhos vermelhos e sem o constrangimento de ser chamada de chorona por todos à sua volta! Adquira já o seu [Insira aqui um nome ridículo para o produto, estilo Polishop] e comece a chorar sem que ninguém perceba!"
(É. Por essas e outras que eu não levei adiante a idéia de prestar vestibular para Publicidade.)
Enfim, quando fico sem dormir, tudo me deprime. E quando fico sem dormir, passo dos limites do nível normal de bobeira. Daí eu fico uma boba chorona.
Mas... Pelo menos agora eu choro sem ninguém me mandar engolir o choro.
=D

***
Trilha Sonora: Sabe quando você gostaria de silêncio, mas o ambiente não colabora nem um pouco? É.

Ansiedade

Os dias quentes onde nada acontece. As pessoas (quase todas) de mente tão pequena quanto um caroço de uva. As garotas que competem entre si para ganhar um estranho concurso de quem vai vestida com mais glamour às aulas. As pessoas que fazem cara de pavor quando me ouvem dizer "minha bunda" em vez de dizer "de jeito nenhum" para coisas que eu, definitivamente, não vou fazer. Aquela sensação desagradável de andar na rua e entrar em todo canto sabendo que todo mundo sabe quem é você, quem são seus pais, o que você faz da vida e qual a cor da sua roupa de baixo. Aquele estranho hábito regional de anunciar em carro de som pela cidade quando alguém morre. Aquela tal romaria que acontece todos os anos por causa de um menino canonizado pela opinião pública. Os religiosos que vão à missa de manhã para pecar à tarde enquanto falam da vida alheia e cometem outros deslizes nada cristãos. Uma mania muito esquisita que identifica e, pior, qualifica as pessoas pelo sobrenome que elas carregam. O tédio dos finais de semana. O tédio dos dias de semana. Sentir-me um peixe fora d'água, mas não sentir a menor vontade de pular nestas águas.
É. Tirando pais e irmãos, não vou sentir falta de nada mesmo.
   
***
Trilha Sonora: "Eu não caibo mais nas roupas que eu cabia Eu não encho mais a casa de alegria (...)" dos Titãs, na minha cabeça, porque eu realmente não vou me adaptar.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Um filme que diz muito sem dizer quase nada

Sabe aquele tipo de filme que você resolve assistir mais por curiosidade, porque a sinopse não diz muita coisa sobre a história?
Então, o último desses que eu vi foi Um Beijo Roubado (My Blueberry Nights), com a Norah Jones estreando como atriz. Nesse caso, foi dupla curiosidade: queria saber do que afinal se tratava aquele filme e queria ver se ela seria tão boa atuando como é cantando.
Aproveitei uma madrugada à toa, peguei o filme e fui (pro sofá com o meu travesseiro e meu cobertor).
A história é do tipo "quase nada acontece". São poucos cenários e tudo gira em torno do que a personagem dela, Lizzie, vive.
Tudo começa quando ela descobre, através do dono de um bar (Jude Law, charmosão como sempre), que seu namorado está colocando uns galhos nela. A partir daí, ela começa a frequentar o bar, sempre depois que ele fecha e o dono do bar (tô repetindo "dono do bar" porque não lembro o nome do personagem dele) e ela ficam amigos. Só que uma noite, depois que o bar fecha, ela não vem. Aí ele começa a receber postais dela contando que ela resolveu ir embora, está trabalhando de garçonete, juntando dinheiro para comprar um carro, etc e tal. E é aí que o filme fica bom, apesar de continuar não acontecendo quase nada.
Por que eu gostei do filme se quase nada acontece?
Porque, acreditem, consegui ver que por ser tão simples a história fica quase real e, sendo assim, o que a Lizzie consegue não é nada impossível: transformar um momento de "Que merda! Quero morrer!" em um momento de "Tá, já me fodi bastante. Agora eu vou começar a me fazer feliz". E eu gosto de quem consegue esse tipo de mudança. Mesmo que seja em filmes.
Por isso eu recomendo fortemente e acho que todo mundo deveria ver Um Beijo Roubado. Não. Não vou emprestar o DVD. *egoísta*
Ah! Gostei da Norah Jones atuando. E a trilha do filme é perfeita.

***
Mais informações e outras opiniões sobre o filme:
Cinefilando - Blueberry Pie

Talking About Movies - My Blueberry Nights

Omelete - Um Beijo Roubado

***
O personagem do Jude Law é o Jeremy. Bendito seja o Google.

***
Trilha Sonora: Temporada das Flores - Leoni. Linda, linda!